Um eu sem você #29 – 02 de Novembro

Acordo com as costas doendo e a lembrança que invade minha mente é daquele dia que fiquei travada e você ria de mim. Lembra? Logo depois, suas pequenas mãos percorreram cada centímetro do meu dorso e, em cada toque, minha cura.

Acho que você gostaria de saber que comecei a tomar vitaminas. Você sempre tentava me persuadir a tomar remédios e eu, com meu estilo “não tomo remédios”, sempre indo contra você, a não ser em casos extremos.

Acho que, agora, estou constantemente no meu extremo enfermo e semana sim, semana não, me encontro tomando remédios para combater as dores de garganta. Mantenho diariamente a promessa de que me cuidaria e usaria as blusas de frio para evitar adoecer, mas meu corpo não tem como evitar o que me padece a alma.

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Essa saudade nunca vai passar. Vivo em uma confusão constante e a estabilidade me abandonou. Mesmo de olhos abertos, não consigo distinguir a realidade dos meus sonhos. Tudo que dividimos parece agora tão distante que penso ter sido apenas um doce sonho ou agora, sem você, estou dormindo constantemente e vivendo um pesadelo no qual seu voo de retorno sempre se atrasa.

No meio de tudo isso, você continua sendo, e sempre continuará a ser, minha referência de amor. Os beijos da TV me deixam com seu gosto na boca e as cenas mais intensas só me recordam o quanto nossos corpos nunca encontrarão outro encaixe tão perfeito.

Era tudo tão natural e recíproco desde a primeira troca de olhares que é impossível pensar que você nunca voltará.

Carla Oliveira

Carla Oliveira Jornalista por formação, apaixonada pelos encantamentos diários por destino. Há 24 anos tenta escapar dos sentimentos, mas sem eles fica sem sentido. O cheiro que mais gosta é aquele teu que gruda na pele dela. Ah: canceriana, intensa, extremista e chata.

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