Você levou contigo tudo o que eu havia de bom. Meu sorriso, minha paz, meu sossego, meu riso, minha calma… Meu coração. Aqui, agora, bate apenas um órgão que me mantém sobrevivendo às cegas, trancos e barrancos.
Passo o sábado deitada, vendo seriados e tentando constantemente dormir para não pensar em você. Coloco o filme que ficou por assistir com você, Se Eu Ficar e, em uma cena, um dos personagens chama a pessoa amada de Lar. Assim como você costumava referir-se a mim.
Isso dói na minha alma e desato a chorar. Tenho andado com o coração menos apertado, mas a saudade ainda me visita diariamente. Ela gosta de se juntar a mim para jantar, que é o momento que mais penso em você.
Revejo nossas e suas fotos no celular e é impossível não notar que nós sorríamos com os olhos. Tudo que não podíamos gritar pro mundo inteiro ouvir, o brilho em nossos olhares nos entregavam.
Atente-se às fotografias: a alegria de dividirmos sorrisos, beijos e carinhos dilatavam nossas pupilas. A felicidade e o amor estavam além da leitura simples de sorrisos eternizados, eles estão fixados em nossos corações.
Talvez um dia você entenda. E quando cansar de fugir e fingir não sentir nada e se forçar a ler as pequenas linhas de nossa história da pior maneira, talvez você consiga realizar uma leitura mais sensata e real do amor que cresceu não só em nossos peitos, mas em cada expressão em nossos rostos.
Em um segundo, penso que não a quero fora da minha vida por completo e te convido a ficar, mesmo que não possamos ser nós. Você não responde e deixa a conversa pra outra hora. As horas passam e eu decido voltar atrás.
Dessa vez, te deixo realmente livre para partir e viver o que achar que deve ser vivido. Acredito que sua não resposta tenha dado espaço para eu pensar melhor e aceitar que nunca conseguiria te tirar do lugar que coloquei em mim e em minha vida para algo menor e acabaríamos nos machucando ainda mais.
Então que você vá e viva sua vida, em paz e no sossego das companhias que decidir agregar pra ela. Enquanto isso, eu torço para que um dia você decida voltar e ficar, para nunca mais ir embora.
Carla Oliveira
Jornalista por formação, apaixonada pelos encantamentos diários por destino. Há 24 anos tenta escapar dos sentimentos, mas sem eles fica sem sentido. O cheiro que mais gosta é aquele teu que gruda na pele dela. Ah: canceriana, intensa, extremista e chata. |
Ótimo texto Carla. Adoro seus posts!
Beijos
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